domingo, 21 de novembro de 2021

Músicas para alegrar masmorras
























Ano que vem o Massacre em Carandiru completa 30 anos. 111 presos que estavam sob a tutela do Estado foram brutalmente assassinados pela Tropa de Choque da Polícia de São Paulo. Foram mais de 3500 tiros, sendo que desses aproximadamente 540 acertaram seus alvos. Os presos que tinham iniciado uma rebelião interna já haviam retornado para as suas celas no Pavilhão Nove e foram alvejados sem expressar reação... Neste pavilhão se encontravam os chamados "presos novos", que estavam há pouco tempo no presídio, os quais em sua maioria tinham entre 18 e 30 anos e haviam cometido furtos! 80% das vitimas do massacre aguardavam sentença e ainda não tinham sido condenados. Dados da perícia de SP indicam que não houve confronto e que nenhum policial foi ferido durante a ação! Hoje, apesar de provas, nenhum dos envolvidos foi condenado e o processo segue, com acusados respondendo em liberdade. Carandiru trouxe às vistas da sociedade a "falência" do Sistema Carcerário Brasileiro, que em nada serve para recuperar detentos, trouxe, também, as faces de uma polícia violenta e despreparada e de um Sistema Judiciário ineficiente! O Massacre de Carandiru há 29 anos me espantou, assustou a sociedade e o mundo! Em 2002 ao implodir o Pavilhão o Governo do Estado de São Paulo tentou apagar um momento vergonhoso da nossa história. Entretanto, os tiros, os gritos e os gemidos ainda ecoam para nos mostrar o quanto o Estado Brasileiro errou e ainda erra na condução de políticas públicas que afastem a violência do nosso cotitiano e, consequentemente, os nossos jovens do sistema carcerário!

Madrugada Funk


 

sábado, 3 de julho de 2021

O pescador e criatura d'água


 






















Assim pode ser a arte... Quando uma obra te leva a sonhar, transformando-a, no seu olhar, em uma outra obra. Pintura e Literatura dialogam, inspiram... A tela de Frederic Leighton (1830-1896)me seduz, assim como muitas sereias e criaturas d'agua com quem diariamente convivo. E assim, seduzido, escrevo... Ouso criar...

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Dois de Julho: A Bahia Independente


 






















Eu tive um sonho. Sonhei com o País Bahia. Um grande País, com sua gente, sua diversidade, sua riqueza, cultura e tradição...Há quase duzentos anos lutamos para nos libertar de Portugal, entretanto, passamos a ser escravos de uma outra nação/país, que por ironia do destino ajudamos a construir: o Brasil. Hoje após passarmos por muitas lutas deixamos de ser colônia, império e atualmente vivenciamos a "República". Não uma República Democrática, que busca dar condições de vida para cidadãos e cidadãs sem separações e preconceitos, mas uma república perversa, preconceituosa e corrupta, que atua para favorecer a poucos. Hoje temos no nosso comando Jair Bolsonaro, um Presidente que venceu a eleição 2018 em apenas quatro municípios, dos 417 que compõem o Estado. Um presidente que tem se mostrado incapaz nas suas funções, irresponsável no seu caráter e sem a mínima condição para governar o País Brasil e o nosso País Bahia. Hoje, mais do que nunca, o sonho que tive me faz pensar no futuro e em uma nova realidade. A Bahia sempre demonstrou ser forte e responsável nas suas lutas por Liberdade e por Respeito a sua Diversidade. Tive apenas um sonho, eu sei... Mas, como sabemos, o futuro é construído sobre as bases dos nossos sonhos...

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Epa Hei! Santa Bárbara...


 






















Sincretismo é marca da Bahia... Nasceu como forma encontrada por negros e negras escravizados/as, para fugir da proibição branca às práticas de Crenças Africanas. A fusão entre o Candomblé e o Cristianismo surgiu, assim, da associação dos seus Orixás à imagem de Santas e Santos católicos. Para as Nações Africanas os Orixás são parte da sua ancestralidade e por mais que os terreiros fossem perseguidos e seus adeptos presos e até mortos, as Religiões de Matrizes Africanas resistiram. Hoje encontramos terreiros espalhados por todo país. Em Salvador, no dia 4 de dezembro, temos a Festa de Santa Bárbara/Iansã, abrindo o Calendário das Festas Populares. Nela o sincretismo é forte e bem aparente. No mercado de Santa Bárbara, na Baixa dos Sapateiros é ofertado um delicioso Carurú e da Igreja do Rosário dos Pretos, no Pelourinho parte em cortejo uma emocionante procissão, com a imagem de Santa Bárbara. Junto à imagem seguem representantes de Religiões de Matrizes Africanas - Candomblé, Umbanda... e do Catolicismo, carregando flores, cestos com acarajés e por fim, a imagem da Santa, padroeira do Corpo de Bombeiros, chega ao quartel, na Ladeira da Praça. Quando estou em Salvador, não deixo de participar... Um momento forte de fé... Emocionante e inesquecível.

Samba de Roda na Barroquinha


 






















Fiz um sambinha de roda... Bateu saudade da juventude em Salvador e no Recôncavo Baiano. O Samba de Roda, hoje, é Patrimônio Cultural Brasileiro, sendo reconhecido, também, pela Unesco. Eu me encantava e ainda me encanto com sua sonoridade, com o samba no pé, além da letras e da linguagem popular que expressam o nosso cotidiano: religiosidade, amores, trabalho... A origem vem de matriz africana baiana, dos Terreiros de Candomblé, depositários da sua matéria prima primordial. Das atividades religiosas passou para ruas, praças e festas populares nas cidades da Bahia. O Recôncavo é a grande referência, mas o ritmo se espalhou e hoje podemos encontrá-lo em outros estados..

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Poema trágico ao final da tarde





                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             

 

E o mundo estava tão louco


 


 

O meu, o seu, o nosso pão.